Congresso Internacional e XXVIII Congresso Nacional do DERC

Dados do Trabalho


Título

Efeito do exercício na capacidade cardiorrespiratória pós transplante de medula óssea em pacientes oncohematológicos: estudo piloto.

Introdução e/ou fundamentos

O transplante de medula óssea (TMO) é a alternativa clínica para o tratamento das leucemias e cânceres linfóides refratários ao tratamento quimioterápico. Há uma elevação da sobrevida destes pacientes, porém com seqüelas cardiovasculares que podem ser minimizados pelos efeitos do exercício. O estudo analisou o efeito do exercício no ganho de capacidade cardiorrespiratória em pacientes submetidos a TMO alogênico.

Métodos

Estudo piloto de um ensaio clínico controlado randomizado, com registro RBR-887gqvs. De quinze pacientes (66% masculino), nove pacientes (77,8% masculinos) foram randomizados para grupo intervenção exercício (GIE) e seis (50% masculinos) para grupo controle (GC).  Eram portadores de leucemia no GIE 66,7% e no GC 100%, e linfoma 33,3% no GIE. O GIE realizou exercício físico aeróbico e resistido durante a internação hospitalar, e um protocolo de cicloergômetro no Hospital Dia, 3 vezes na semana até o 100º dia pós TMO. O grupo controle GC não realizou atividade física programada. A capacidade cardiorespiratória foi avaliada pelo Teste de Caminhada de Seis Minutos no pré TMO ou momento 1 (M1),  na alta hospitalar ou momento 2 (M2) e no 100º dia pós TMO ou momento 3 (M3). Os dados foram avaliados pelo SPSS20.    

Resultados

Entre grupos não houve diferença no M1 (727,5±160 -GIE x 640±209 -GC; p 0,232) e no M3 (885±379,1 -GIE x 790±162,8 -GC; p 0,794) e e houve um aumento na capacidade cardiorrespiratória a favor do GIE no M2(813,7±192-GIE x 530±209,3- GC; p 0,009). Ao comparar as distâncias percorridas com o valor predito não houve diferença significativa entre o GIE e o GC (598,9±39,7 x 578,5±21,9; p=0,131). Intragrupos observou-se que o GIE percorreu distâncias significativamente maiores que a predita no M1 (598,9±39,7 x 727,5±164,9; p=0,038); M2 (598,9±39,7 x 813,7±192,7; p=0,011) e M3(598,9±39,7 x 885±379,1; p=0,039). O GC percorreu uma distância superior a predita no M3 (578,5±21,9 x 790±162,8; p=0,046)      

Discussão

A avaliação intragrupo no M1, M2 e M3, e entre grupos no M2 evidenciou o efeito do exercício no ganho de capacidade cardiorrespiratória por provável reversão de danos do tratamento oncológico,  denotando a importância de um programa de exercícios em todas as fases que envolve o TMO alogênico. O estudo limitou-se pelo número de pacientes avaliados e sinaliza a necessidade de estudos adicionais na área de reabilitação cardio oncológica.

Conclusões

Pacientes que realizam programa de exercício durante e pós internação para TMO alogênico, se beneficiam com ganho de  capacidade cardiorrespiratória.

Palavras chave

Reabilitação; transplante hematológico alogênico; transplante de célula tronco, capacidade funcional.

Área

Reabilitação cardiovascular e metabólica

Instituições

Curso de Pós Graduação em Cardio-Oncologia SBC/INC/INCA - Rio de Janeiro - Brasil, Centro de Pesquisas Oncológicas - CEPON - Santa Catarina - Brasil, Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC Centro de Ciências da Saúde e do Esporte - CEFID, Núcleo de Cardioncologia e Medicina do Exercício - Santa Catarina - Brasil

Autores

LOURENÇO SAMPAIO DE MARA, Magnus Benetti, Suellen Cristina Roussenq, Mariana Kleis Pinto da Luz Lodi