Dados do Trabalho
Título
Aumento da atividade da Enzima Conversora de Angiotensina e alteração da viabilidade de células mesangiais frente ao tratamento com Hidroxicloroquina.
Introdução
O surgimento do primeiro caso do novo coronavírus (SARS-CoV-2) causador da doença COVID-19 foi descrito em Wuhan no ano de 2019, tendo em vista sua alta transmissibilidade esse vírus teve uma rápida disseminação por todo o mundo, uma das complicações geradas por essa doença é a lesão renal aguda. O vírus SARS-CoV-2 possui uma proteína que se liga a um receptor da célula hospedeira, a Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2), sendo esta interação de grande importância para a internalização do vírus na célula. No início da pandemia pouco se sabia sobre medicações efetivas, dessa forma a hidroxicloroquina foi amplamente indicada para o tratamento da doença e/ou como medida profilática. O rim possui todo Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA), que desempenha importante função na manutenção da homeostase do organismo e foi um órgão alvo na COVID-19. O nefron unidade básica do rim, possui as células mesangiais (CM) presentes nos glomérulos e imersas na matriz mesangial, que são células contráteis, sustentam os capilares glomerulares, e sintetizam componentes do SRAA.
Objetivo
Avaliar a modulação dos componentes do SRAA sob o efeito da hidroxicloroquina que poderão alterar o comportamento da célula renal
Método
As CM foram tratadas com hidroxicloroquina (HCQ) em diferentes tempos e concentrações para avaliação da atividade proteolítica da ECA. A quantificação de proteínas e viabilidade celular por MTT (3-(4,5-dimetiltiazol-2-il) – 2,5- difeniltetrazolium) foi realizada por absorbância e a atividade proteolítica de ECA por meio da ensaio fluorimétrico, utilizando como substrato o peptídeo Z-Phe-His-Leu.
Resultados
Os resultados de viabilidade celular indicaram que em concentrações de HCQ superiores à 150 µM, foi observado uma redução de viabilidade, quando submetidas aos tempos de incubação de 4 a 48 horas. Este teste indicou que as concentrações de tratamento e tempo adequados para as células mesangiais são entre 50 µM e 150 µM de HCQ, nos períodos de 4h e 12h. A atividade proteolítica da ECA em relação ao tratamento com HCQ mostra que houve um aumento significativo de atividade nas concentrações de 50 µM e 150 µM, quando comparado ao grupo controle, principalmente no tratamento de 12h.
Conclusão
A HCQ interfere na viabilidade da CM e aumenta a atividade de ECA. Esta condição leva ao aumento dos níveis de angiotensina II e consequentemente de seus efeitos vasoconstritores e inflamatórios, o que potencializa implicações deletérias, como a indução de lesão renal.
Palavras Chave
Hidroxicloroquina, Enzima conversora de angiotensina, célula mesangial, COVID-19.
Área
Área Básica
Instituições
UNIFESP - São Paulo - Brasil
Autores
Marina Moura Bello, Erina Nagahama, Lucas Magri, Lilian Caroline Gonçalves Oliveira, Dulce Elena Casarini