XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial

Dados do Trabalho


Título

Controle farmacológico da hipertensão em mulheres pós-menopausa não previne prejuízos autonômicos cardiovasculares

Introdução

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é acompanhada por prejuízos na função autonômica. Tratamentos farmacológicos reduzem a pressão arterial e atenuam danos autonômicos cardiovasculares, reduzindo o risco de insuficiência cardíaca. No entanto, os resultados obtidos em mulheres podem ser mais complexos, especialmente quando os parâmetros autonômicos são comparados antes e após a menopausa.


Objetivo

Investigamos os efeitos da HAS sobre a modulação autonômica cardiovascular e a sensibilidade barorreflexa (SBR) em mulheres, normotensas e hipertensas tratadas com inibidores do sistema renina-angiotensina (iSRA).


Método

120 mulheres foram alocadas em dois grandes grupos (N=60): função ovariana preservada – grupo pré-menopausa (42±3 anos) e grupo pós-menopausa (57±4 anos). Cada grupo foi subdividido em normotenso (N=30) e hipertenso (N=30). Foram avaliados parâmetros hemodinâmicos, antropométricos, aptidão cardiorrespiratória, SBR, variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da pressão arterial (VPA).


Resultados

O grupo pré-menopausa hipertenso apresentou redução da SBR (ganho: 9,1±4,4 vs. 13,4±4,2) e VFC (variância, ms²: 1451±955 vs. 2483±1959; HFms²: 546±496 vs. 1200±1172) em comparação ao respectivo normotenso; no entanto, a predominância vagal se manteve (razão LF/HF: 0,98±0,77 vs. 0,88±0,64). Os grupos pós-menopausa apresentaram uma redução significativa da SBR e da VFC, uma predominância simpática na VFC (razão LF/HF: normotenso 1,72±1,43 e hipertenso 1,86±1,50), bem como um aumento da VPA quando comparadas com os grupos pré-menopausa. Na comparação entre os grupos pós-menopausa, o grupo hipertenso mostrou valores significantemente menores de VFC (variância, ms² 635±449 vs. 2053±2720; HFms² 136±133 vs. 690±1256) e SBR (ganho 5,3±2,8 vs. 11,3±3,2) em relação ao normotenso.


Conclusão

Os hormônios ovarianos são fundamentais para o controle autonômico cardiovascular, especialmente em mulheres hipertensas. Esses hormônios atenuam o componente autonômico simpático, favorecendo a modulação autonômica vagal. No entanto, a privação dos hormônios ovarianos após a menopausa é caracterizada por prejuízos autonômicos, sendo ainda mais severos para mulheres hipertensas, mesmo quando tratadas com iSRA. Apoio FAPESP (Processo 2018/17892-5 e 2018/08569-6).



 


Palavras Chave

Hipertensão, mulheres, hormônios ovarianos, tratamento farmacológico, controle autonômico cardiovascular.

Área

Área Multiprofissional

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Stella Vieira Philbois, Ana Catarine Veiga, Tabata Paula Facioli, Izabella De Lucca, Marcus V Simões, Jens Tank, Hugo Celso Dutra Souza