Dados do Trabalho
Título
Treinamento físico combinado melhora disfunção autonômica cardíaca em modelo experimental de Doença de Parkinson
Introdução
A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa amplamente reconhecida pelos seus sintomas motores, porém sintomas não motores como a disautonomia cardiovascular também podem estar presentes. O treinamento físico pode ser uma estratégia não farmacológica importante no manejo dessa condição.
Objetivo
Avaliar os efeitos do treinamento físico combinado (aeróbio + resistido) em um modelo experimental de DP nos parâmetros hemodinâmicos e na modulação autonômica cardiovascular.
Método
26 ratos Wistar foram divididos em três grupos: Controle (C, n = 6), Parkinson sedentário (PKS, n = 10) e Parkinson submetido a treinamento combinado (PKT, n =10). A DP foi induzida por injeção intraperitoneal de Paraquat (10mg/kg; 1dia/sem; 8 semanas) nos grupos PKS e PKT. No início, na metade e ao final do protocolo realizou-se o teste de esforço máximo (TE) em esteira e o teste de carga máxima (TCM) em escada vertical. O grupo PKT realizou treinamento aeróbio em esteira ergométrica e treinamento resistido em escada (5dias-intercalados/sem; 8 sem). Após, todos os animais foram canulados para registro direto da pressão arterial e foram analisadas a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da pressão arterial sistólica (VPAS) e o barorreflexo espontâneo. Os dados são apresentados como média e erro padrão e analisados por ANOVA one way seguida de post hoc de Tukey (p < 0,05).
Resultados
Ao final do protocolo, o grupo PKS apresentou menor duração no TE (PKS: 9,25±0,64 vs. C: 13,05±0,79 e PKT: 14,62±0,30 min) e no TCM em valores normalizados (PKS: 1,10±0,04 vs. C: 1,38±0,03 e PKT: 1,39±0,03 % do peso corporal) comparado ao grupo C e ao PKT. Não foram observadas diferenças entres os grupos nos parâmetros hemodinâmicos. O Paraquat promoveu redução da VFC total (desvio padrão do intervalo de pulso - PKS: 6,34 ± 0,49 vs. C: 9,69 ± 1,0 e PKT: 9,39 ± 0,57 ms), da modulação parassimpática (RMSSD - PKS: 5,58±0,37 vs. C: 7.96 ± 0,78 e PKT: 7,46 ± 0,48 ms) e simpática cardíaca (LF em valores absolutos - PKS: 2,90±0,71 vs. C: 9,43±1,48 e PKT: 6,88± 0,45 ms2) e o treinamento físico foi capaz de normalizar esses parâmetros. Não houve diferença entre os grupos nos parâmetros da VPAS. O barorreflexo espontâneo (índice alfa) foi menor no grupo PKS comparado ao C.
Conclusão
O Paraquat induziu disfunção autonômica cardiovascular e o treinamento combinado foi capaz de melhorar a maioria dos parâmetros analisados, demonstrando ser uma estratégia não farmacológica importante no manejo da disfunção autonômica cardíaca nesse modelo de DP.
Área
Área Básica
Instituições
Instituto do Coração - São Paulo - Brasil, Universidade São Judas - São Paulo - Brasil
Autores
Hunter Douglas de Souza Lima, Matheus Arutin dos Santos, Thayna Fabiana Ribeiro Batista, Nicolas da Costa-Santos, Adriano dos Santos, Oscar Albuquerque Moraes, Nathalia Bernardes, Maria Claudia Irigoyen, Iris Callado Sanches, Kátia Bilhar Scapini