Dados do Trabalho
Título
ASSOCIAÇÃO DA REVASCULARIZAÇÃO RENAL SOBRE DESFECHOS ADVERSOS EM PACIENTES COM DOENÇA RENOVASCULAR ATEROSCLERÓTICA
Introdução
A doença vascular renal aterosclerótica (DRA) pode desencadear estenose das artérias renais, hipertensão arterial e doença renal crônica. O tratamento envolve administração de medicamentos e/ou revascularização com ou sem implante de endoprótese. A indicação da revascularização é acompanhada por controvérsias, tornando fundamental a identificação de subgrupos de pacientes com DRA que poderiam se beneficiar da angioplastia. Recentemente foi desenvolvido um escore de risco para predição da mortalidade em pacientes com DRA, que precisa ser validado em outras populações.
Objetivo
Avaliar a mortalidade geral e cardiovascular em pacientes com DRA. Como objetivo secundário avaliar a acurácia do escore de risco para DRA criado recentemente.
Método
Estudo longitudinal que envolveu 136 pacientes com diagnóstico arteriográfico de DRA entre janeiro de 1996 e outubro de 2008. Os dados obtidos foram comparados e foi feita Regressão de Cox para avaliar mortalidade geral e mortalidade cardiovascular. Para avaliar o poder discriminatório do escore de risco, foram construídas curvas ROC para mortalidade em 1, 5 e 10 anos. O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu, Unesp.
Resultados
103 pacientes foram incluídos, sendo que 69 faziam uso de estatina. Após 1, 5 e 10 anos de seguimento, as taxas de sobrevivência preditas pelo escore de risco para os pacientes que usavam estatina foram, respectivamente, de 0,87 (IC 95% [0,76;0,97]), 0,45 (IC 95% [0,37;0,55]) e 0,15 (IC 95% [0,09;0,22]), enquanto as taxas de sobrevivência reais foram de 0,95, 0,88 e 0,72. Para os 34 pacientes que não usavam estatina, após 1, 5 e 10 anos, as taxas de sobrevência preditas foram, respectivamente, de 0,84 (IC 95% [0,71;0,97]), 0,43 (IC 95% [0,32;0,55]) e 0,14 (IC 95% [0,05;0,22]), enquanto as taxas de sobrevivência reais foram de 0,83, 0,36 e 0,29.
Conclusão
A coorte analisada apresentou maior probabilidade de sobrevivência após 5 e 10 anos quando comparada à probabilidade de sobrevivência calculada pelo escore de risco. O recente escore não pode ser aplicado à coorte de Botucatu, uma vez que a ferramenta subestimou a probabilidade de sobrevivência dos pacientes. Os 34 pacientes que não utilizavam estatina apresentaram taxas de sobrevivência próximas aos preditos, indicando que a inclusão do uso do medicamento como um dos critérios avaliados pelo escore de risco contribuiria para o cálculo das taxas de sobrevivência.
Palavras Chave
estenose das artérias renais
hipertensão arterial
doença renal crônica
doença vascular renal aterosclerótica
Área
Área Clínica
Autores
Alessandra Bonilha Gonçalves, Daniely Santos Silva, Mateus De Carvalho Gonçalves, Vitoria Nogueira Ribeiro, Julia Gheller Salomé, Lucas Peres Morais, Rodrigo Hagemann, Pasqual Barretti , Roberto Jorge Da Silva Franco , Luis Cuadrado Martin