Dados do Trabalho
Título
MARCADORES DO CONSUMO ALIMENTAR E COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA OBESIDADE EM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19
Introdução
Devido a pandemia da Covid-19, adolescentes de todo o país foram forçados ao isolamento e afastamento do convívio social, o que favorece o aumento do sedentarismo, agravos na alimentação e consequente aumento da obesidade e suas complicações.
Objetivo
Analisar o consumo alimentar e comportamentos de risco para desenvolvimento de obesidade em adolescentes durante a pandemia da covid-19.
Método
Estudo transversal com adolescentes do ensino médio das cidades de Osasco e São Paulo. Entre agosto e outubro de 2021 foi aplicado um questionário virtual e/ou físico para obter informações sobre a prática de atividade física, tempo diário que passam diante de telas, refeições diárias e a frequência do consumo de alimentos na última semana. De acordo com o modelo de marcadores do consumo alimentar disponível no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, considerou-se adequado o consumo de pelo menos cinco vezes na semana de frutas, verduras e legumes, feijão e outras leguminosas, como marcadores de alimentação saudável, e inadequado o consumo em dois dias ou mais na semana de ultraprocessados, como marcadores não saudáveis.
Resultados
Participaram da pesquisa 62 adolescentes, dos quais 67,7% eram do sexo feminino, 98,4% estudavam em escola pública e 62,9% tem renda familiar de dois a quatro salários mínimos. Em relação à prática de atividade física, 54,9% dos adolescentes pesquisados não praticam qualquer tipo de atividade física, enquanto 72,7% afirmaram que utilizam computadores, tabletes e celulares para estudo por mais de 3h por dia e 88,7% utilizam estes dispositivos mais de 3h por dia por lazer. Quanto à alimentação, 80,6% dos adolescentes referiram tomar café da manhã, 96,8% almoçam e 95,2% realizam o jantar. Nas pequenas refeições, 29% realizam o lanche da manhã e 53,2% o lanche da tarde. Quanto aos marcadores de alimentação saudável, 79%, 67,7% e 58,1% apresentaram consumo de frutas frescas, hortaliças e leguminosas, respectivamente, abaixo de cinco dias na semana. Em relação aos marcadores de alimentação não saudável, destacam-se os embutidos, cujo consumo foi de 67,7%, bebidas adoçadas e biscoito recheado, 66,1% cada, em dois dias ou mais na semana.
Conclusão
Constatou-se que há uma irregularidade na frequência de realização das pequenas refeições, um baixo consumo de frutas, legumes e verduras, alto consumo de alimentos ultraprocessados, baixa aderência à prática de atividade física e altos índices de tempo de telas durante a pandemia.
Palavras Chave
adolescentes, marcadores do consumo alimentar, atividade física, obesidade
Área
Área Multiprofissional
Autores
Letícia Adriana Machado, Irene Coutinho de Macedo, Lis Proença Vieira