Dados do Trabalho
Título
Adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo no Brasil: revisão sistemática e metanálise
Introdução
A falta de adesão ao tratamento anti-hipertensivo é uma das principais causas para o controle ineficaz da hipertensão arterial.
Objetivo
Avaliar a prevalência de adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo no Brasil.
Método
Revisão sistemática e metanálise baseada nas recomendações do PRISMA. O período de busca foi de novembro-2020 a novembro-2021, nas bases BDENF, SciELO, Cuiden, PsycINFOe, CINAHL, Embase, LILACS, MEDLINE, e buscadores acadêmicos AgeLine, Google Scholar e ScienceDirect. Incluiu-se artigos de estudos realizados no Brasil, com adultos (≥ 18 anos), em português, inglês e espanhol, sem restrição de data e avaliação da adesão ao tratamento medicamentoso de forma indireta com instrumentos específicos. Foram excluídos estudos: com gestantes; que não avaliaram adesão farmacológica ou não consideraram a prevalência de adesão farmacológica para hipertensão; que utilizaram o mesmo banco de dados; revisões; teóricos; metodológicos; e literatura cinzenta. Avaliou-se a qualidade dos estudos com instrumento adaptado para estudos transversais e excluídos da metanálise os com alto risco de viés. Realizou-se análise descritiva e metanálise.
Resultados
Incluiu-se 106 estudos na análise descritiva e 104 na metanálise da prevalência de adesão medicamentosa anti-hipertensiva, totalizando 38.386 pacientes, com predomínio de publicações na última década (89,6%) e em revistas das áreas de Enfermagem (36,8%) e Saúde Pública (19,8%). A grande maioria (85,8%) usou um único método de medida para avaliar a adesão ao tratamento e cerca da metade destes (49,5%) usou o Teste de Morisky-Green de 4 itens, seguido pela Escala de Adesão Terapêutica de 8 Itens de Morisky (17,6%). As maiores prevalências de adesão medicamentosa anti-hipertensiva, foram observadas nos estudos que utilizaram o Primary Care Assessment Tool (89,1%), seguido por aqueles que usaram o Questionário de Adesão ao Tratamento da HAS - QATHAS (88,3%) e instrumento de Medida de Adesão ao Tratamento - MAT (74,1%). Valores mais baixos de adesão foram encontrados naqueles que utilizaram o Martín-Bayarre-Grade (MBG) (30,5%), Teste de Morisky-Green-4 itens (36,9%) e a Escala de Adesão Terapêutica de 8 Itens de Morisky (MMAS-8) (36,8%). A prevalência de adesão estimada pela metanálise foi de 44,5% (IC95%: 39,12%-49,94%).
Conclusão
A prevalência de adesão ao tratamento anti-hipertensivo avaliada nos estudos nacionais foi insatisfatória, demonstrando que essa problemática continua sendo um grande desafio para os profissionais de saúde.
Palavras Chave
Adesão; Tratamento; Hipertensão
Área
Área Multiprofissional
Autores
ANGELA MARIA GERALDO PIERIN, Juliana Chaves Coelho, Mayra Cristina da Luz Pádua Guimarães, Ana Katly Martins Gualberto Vaz, Juliano Santos, Camila Braga de Oliveira Higa, Joyce Moraes Alvisi, Renata Jae Won Lee, Giovânio Vieira Silva, Luciano Ferreira Drager