Dados do Trabalho
Título
Efeito do envio de mensagens de texto por sistema de telefonia móvel no controle da hipertensão arterial: ensaio clínico randomizado
Introdução
O uso da telefonia móvel tem sido indicada para maximizar a adesão ao tratamento anti-hipertensivo e controle da pressão arterial. Porém, não se identificou em nosso meio estudo com uso dessa estratégia.
Objetivo
Comparar os efeitos do envio de mensagens de texto por telefonia móvel somado à orientação usual padrão para hipertensão versus a orientação usual padrão isolada no controle de hipertensos em tratamento ambulatorial.
Método
Ensaio clínico randomizado de superioridade com hipertensos >18 anos, não controlados, em tratamento ambulatorial, posse de telefone celular e assinatura do TCLE. Excluiu-se hipertensão secundária, gestantes, aqueles com taxa de filtração glomerular <30 ml/min e Índice de Massa Corporal >40 Kg/m². O grupo intervenção recebeu mensagens de texto sobre a doença e o tratamento, do tipo SMS, 2 vezes/semana, por 10 semanas e o grupo comparação recebeu os cuidados usuais. Todos receberam panfleto educativo sobre hipertensão. O desfecho primário foi o controle da pressão arterial pela medida de consultório (<140/90 mmHg) ou pela MAPA de vigília (<135/85 mmHg). Avaliou-se adesão ao tratamento indiretamente pela Escala de Morisky de 4 Itens e de forma direta na urina dos metabólitos anti-hipertensivos, por Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massa.
Resultados
Foram randomizados 178 hipertensos (90 no grupo intervenção e 88 no comparação) com 30 dias de período de run-in. Não houve diferença na avaliação basal entre os grupos. Com relação à intervenção testada, não houve diferença estatística (p>0,05) entre os grupos para os desfechos avaliados. Porém, houve redução média da pressão arterial (-8,6 e -7,3 mmHg na PAS pela medida de consultório e -2,19 mmHg e -2,09 mmHg na PAS da MAPA de Vigília, nos grupos intervenção e comparação, respectivamente). Nos dois grupos houve aumento: a) no controle da pressão arterial de 19,8% para 36,0% no grupo intervenção e de 19,7% para 39,2% no grupo comparação; e b) na adesão, avaliada indiretamente, de 45,3% para 69,4% no grupo intervenção e de 42,9% para 59,7% no grupo comparação. Porém, na avaliação da adesão de forma direta, houve pouca diferença entre os dois momentos avaliados. No final do estudo, 23,4% dos participantes apresentaram 100% de concordância entre a avaliação dos medicamentos anti-hipertensivos na urina e a prescrição médica e para a maioria (73,4%) a concordância foi entre 80 e 99%.
Conclusão
O envio de mensagens de texto, tipo SMS, revelou efeito similar à distribuição de folhetos educativos.
Palavras Chave
Telefonia móvel; Adesão; Hipertensão
Área
Área Multiprofissional
Autores
Juliana Chaves Coelho, Angela MARIA Geraldo PIERIN, Renata Jae Won Lee, Giovânio Vieira Silva, Andrea Pio Abreu, Thiago Andrade Macêdo, Luiz Aparecido Bortolotto, Luciano Ferreira Drager