XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial

Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO DE HIDROCLOROTIAZIDA E TREINAMENTO FÍSICO NA VARIABILIDADE DA PRESSÃO ARTERIAL E EM PARÂMETROS RENAIS EM UM MODELO DE HIPERTENSÃO E MENOPAUSA

Introdução

A hipertensão arterial é uma das principais causas da doença renal crônica. Neste contexto, a variabilidade da pressão arterial (VPA) tem sido associada à lesão de órgãos-alvo, como os rins.


Objetivo

Avaliar os efeitos do treinamento físico concorrente (TFC) associado ao tratamento com hidroclorotiazida (H) sobre a VPA e parâmetros funcionais e de estresse oxidativo renais em um modelo de hipertensão e menopausa.


Método

Ratas espontaneamente hipertensas (90 dias, n=7-8) foram alocadas em grupos ooforectomizados: sedentárias (OS), sedentárias+H (OSH) e treinadas+H (OTH). O TFC (40-60% da capacidade máxima, 3 dias/semana) e o tratamento com H (10mg/kg) foram realizados por 8 semanas. A coleta de urina foi realizada por meio da gaiola metabólica. Foram analisadas ureia e creatinina plasmática e clearance de creatinina. A pressão arterial (PA) foi registrada de forma direta (Windaq, 2KHz) e a VPA foi analisada no domínio do tempo e da frequência. Marcadores de estresse oxidativo foram avaliados no rim.


Resultados

O grupo OTH demonstrou menor PAS (mmHg) (174±15) quando comparado com os grupos OS (208±15) e OSH (189±13). Além disso, a associação das terapias promoveu redução da variância (mmHg²) (OTH: 27,9±8,4 vs. OS:60,1±13,1 e OSH: 46,6±9,4) e da modulação simpática vasomotora (mmHg²) (OTH: 4,6±2,4 vs. OS: 18,8±6,1 e OSH: 18,3±8,1). Os grupos tratados com H apresentaram redução de creatinina plasmática (mg/dL) (OSH: 0,35±0,08 e OTH: 0,32±0,07) e aumento no clearance de creatinina (ml/min/kg) (OSH: 10,2±3,4 e OTH: 11,1±2,8) quando comparados com o grupo OS (0,49±0,06 e 6,0±1,2, respectivamente). Não houve diferença na ureia plasmática entre os grupos. Ambos os grupos tratados com fármaco apresentaram redução de proteínas carboniladas (OSH: 4,43±0,70 e OTH: 4,48±0,42 vs. OS: 5,49±0,90 nmol/mg proteína) e na lipoperoxidação (OSH: 1,21±0,31 e OTH: 1,39±0,36 vs. OS: 2,01±0,52 µmol/mg proteína), porém apenas a combinação com o TFC promoveu aumento de catalase comparado com o grupo OS (OTH:3,87±0,70 vs. OS:2,36±0,50 nmol/mg proteína).


Conclusão

Os resultados demostram que a combinação fármaco e TFC é mais eficaz do que o fármaco isolado em promover melhora da VPA e do balanço redox,  provavelmente impactando em melhor controle pressórico em ratas hipertensas ooforectomizadas. Tais resultados sugerem que o efeito adicional obtido com a inclusão do TFC poderia resultar em melhor prognóstico nas lesões de órgãos-alvo nessa população.



Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES-PROSUP, UNINOVE


Palavras Chave

Hidroclorotiazida, Treinamento Físico, Hipertensão Arterial, Menopausa, Lesão Renal, Estresse Oxidativo

Área

Área Multiprofissional

Instituições

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - São Paulo - Brasil, Universidade Nove de Julho (UNINOVE) - São Paulo - Brasil, Universidade São Judas Tadeu (USTJ) - São Paulo - Brasil

Autores

Pietra Petrica Neves, Maycon Junior Ferreira, Tânia Plens Shecaira, Danielle da Silva Dias, Michel Pablo dos Santos Ferreira Silva, Amanda Aparecida de Araujo, Nathalia Bernardes, Guiomar Nascimento, Kátia De Angelis