Dados do Trabalho
Título
A SOBRECARGA DE FRUTOSE EM GENITORES IMPACTA NO BALANÇO REDOX RENAL DA PROLE
Introdução
A sobrecarga de frutose contribui para o desenvolvimento de distúrbios cardiometabólicos na prole. As disfunções cardiometabólicas e autonômicas são fatores de risco para o desenvolvimento de doença renal. No entanto, o impacto renal na prole da sobrecarga de frutose em genitores é pouco conhecido.
Objetivo
Avaliar parâmetros autonômicos e de estresse oxidativo renal na prole de ratos submetidos à sobrecarga de frutose.
Método
Ratos Wistar genitores receberam água (Controle) ou frutose (10% na água) (Frutose) 60 dias antes do acasalamento até o dia do desmame. Após o desmame, a prole (mantida sem frutose) foi separada em grupos (n=7-9 animais): Controle 7 dias (C7) e 30 dias (C30) e Frutose 7 dias (F7) e 30 dias (F30). Ao final do protocolo foi realizada canulação da artéria carótida e registro direto para obtenção da pressão arterial sistólica (PAS) e avaliação da variância da PAS (VAR-PAS). Após eutanásia, foram avaliados em tecido renal o perfil antioxidante (catalase [CAT], superóxido dismutase [SOD], glutationa peroxidase [GPx]), pró-oxidante (peróxido de hidrogênio [H2O2] e NADPH Oxidase), e dano celular (oxidação de proteínas e de lipídios [LPO]).
Resultados
A PAS foi maior nos grupos 30 dias comparados aos grupos 7 dias (C7: 99±6; F7: 106±3; C30:115±5; F30: 120±9 mmHg). A VAR-PAS foi maior nos grupos F7 e F30 comparados ao C30 (C7:12,7±2,2; F7:19,8±9,7; C30: 10,3±3,5; F30:19,9±5,0 mmHg2). A CAT reduziu em todos os grupos comparados ao C7, adicionalmente reduziu no grupo F30 comparado aos grupos F7 e C30 (C7: 7,1±0,9; F7: 5,7±0,6; C30: 5,3±0,3; F30: 3,3±0,9 nmol/mg proteína). GPx foi menor somente no grupo F7 comparado aos controle (C7: 30,6±3,7; F7: 18,7±3,7; C30: 33,1±7,6; F30: 27,5±5,9 nmol/min/mg proteína). O H2O2 aumentou nos grupos frutose comparados aos grupos controle (C7: 9,2±0,4; F7: 12,7±2,1; C30: 9,4±0,2; F30: 12,2±1,7 μM H2O2/g de tecido) e a NADPH oxidase foi maior no grupo F7 comparado ao C7 (C7: 0,18±0,05; F7: 0,29±0,06 nmol/mg proteína). Não houve diferença na oxidação de proteínas, mas a LPO foi maior nos grupos frutose comparados aos respectivos controle (C7: 4,1±0,9 vs. F7: 6,1±1,3; C30:3,1±0,8 vs. F30: 5,2±1,1 μM/mg proteína).
Conclusão
Nossos dados demonstram desbalanço redox renal, evidenciado por aumento de pró-oxidantes e de LPO, sendo um provável mecanismo de disfunção atrelado ao aumento da VAR-PAS na prole em decorrência da sobrecarga de frutose dos genitores.
Apoio: CAPES-PROSUP, FAPESP, CNPq, UNINOVE.
Área
Área Básica
Instituições
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - São Paulo - Brasil
Autores
Antonio Viana Nascimento-Filho, Camila Paixão, Danielle Silva Dias, Maria Claudia Irigoyen, Kátia De Angelis