XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇÕES DAS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES DURANTE O REPOUSO E ESTRESSE MENTAL COM O INDICE DE APNEIA E HIPOPNEIA EM POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DE SÃO PAULO QUE ATUAM NO SERVIÇO ADMINISTRATIVO.

Introdução

A atividade ocupacional estressante dos policiais militares (PMs) associado às jornadas de trabalho alternadas, sono irregular, diminuição das horas de sono/descanso, exposição à violência, carga horaria elevada e maus hábitos alimentares ao longo da carreira, favorecem para o desenvolvimento de distúrbios do sono e complicações cardiovasculares. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das principais complicações associada à apneia obstrutiva do sono (AOS). A hipótese que em PMs exista uma relação das respostas cardiovasculares com o IAH, associado a atividade ocupacional estressante vivenciado por esses militares.


Objetivo

Avaliar as correlações das respostas cardiovasculares durante o repouso e estresse mental com o IAH em PMs. 


Método

Trata-se de um estudo observacional, transversal e quantitativo, iniciado em agosto de 2019 e finalizado em dezembro de 2021. Foram recrutados 15 PMs homens com idade entre 20 a 60 anos que atuam no serviço administrativo da polícia do estado de São Paulo (idade: 41 ± 9; índice de massa corporal: 27 ± 6; pressão arterial sistólica (PAS) 123 ± 32; pressão arterial diastólica (PAD) 74 ± 12; frequência cardíaca (FC) 62 ± 10). O IAH foi estimado pela Polissonografia. O teste de Stroop foi utilizado para causar o estresse mental. A pressão arterial foi mensurada em repouso e durante o estresse mental por monitor automático. Correlação de Spearman foi utilizada para verificar a relação entre o IAH com as respostas cardiovasculares durante o repouso e estresse.


Resultados

Foi observado em repouso uma relação significante entre o IAH com a PAS (rho = 0.677; p = 0.006) e PAD (rho = 0.753; p = 0.001). Durante o estresse mental foram observadas relações significantes da PAS (rho = 0.622; p = 0.013) e PAD no 1º minuto (rho = 0.713; p = 0.003); PAD (rho = 0.608; p = 0.018) e FC no 2º minuto (rho = 0.530; p = 0.042), PAS (rho = 0.518; p = 0.048) e PAD média (rho = 0.648; p = 0.009) e PAS (rho = 0.610; p = 0.016) e PAD pico (rho = 0.671; p = 0.006). Não houve relações significantes entre o IAH com a PAS no 2º e 3º minuto e Δ; PAD no 3º minuto e Δ; FC em repouso, 1º e 3º minuto, média, pico e Δ (p>0.05 para todos).


Conclusão

Em conclusão, observou-se uma relação do IAH com a pressão arterial em repouso e durante o estresse mental em PMs, mostrando que eventos relacionados a resposta simpato-vagal e que talvez a dessaturação intermitente durante a AOS seja o provável fator na hiperatividade simpática, favorecendo o aumento do risco cardiovascular.


Palavras Chave

Estresse ocupacional; Polícia; Sistema nervoso autônomo; Doenças cardiovasculares.

Área

Área Clínica

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Lucas Fortes Queiroz, Gustavo Oliveira Silva, José Roberto De Moura, Fernanda Cristina Ferreira Camargo, Reginaldo Ceolim Nascimento , Fabiana Gonçalves Ferreira , Felipe Xerez Cepêda Fonseca , Ivani Credidio Trombetta, Marilia Almeida Correia