XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial

Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DO USO DO CPAP A LONGO PRAZO NA PRESSÃO ARTERIAL DE HIPERTENSOS REFRATÁRIOS COM APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO

Introdução

Hipertensão refratária está fortemente associada à Apneia Obstrutiva do Sono (AOS). Hipertensão refratária (HARef) está mais relacionada a hiperatividade simpática e possivelmente apresente uma melhor resposta ao CPAP do que a hipertensão resistente.


Objetivo

Avaliar a resposta pressórica do uso da pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) a longo prazo em hipertensos refratários com AOS moderada e grave.


Método

Estudo prospectivo que incluiu 28 hipertensos refratários (35.7% sexo masculino, média de idade: 59.3 ± 7.9 anos) com AOS moderada e grave divididos em 2 grupos em uso (grupo CPAP = 13) ou não (grupo controle = 15) de CPAP.



Todos estavam em acompanhamento clínico e o ajuste dos anti-hipertensivos foi feito pelo médico assistente. A MAPA de 24 horas foi realizada no início e repetida no final do estudo. Desfechos primários foram as mudanças na PA de consultório e da MAPA de 24 horas e o controle pressórico.



A comparação entre grupos referentes às alterações da PA foi feita através de um modelo linear geral com alocação de grupo como fator fixo e ajustado pelos seus respectivos valores basais de PA, além de sexo e idade.


Resultados

A mediana do acompanhamento foi de 68 meses (IQR: 49-81 meses). Os grupos CPAP e controle eram similares no início do estudo em relação aos dados sociodemográficos, antropométricos, laboratoriais e quanto a PA de consultório e de MAPA. A PA sistólica e diastólica médias na MAPA de 24 horas foi de 142 (15) e 83 (14), respectivamente. Ao final do estudo, o grupo CPAP teve uma redução na PA sistólica e diastólica de consultório de 8,5 e 5,0 mmHg, com uma diferença intergrupos (CPAP e controle) de 13,5 (-15,2 a 42,3) mmHg e 10,1 (-7,5 a 5,4) mmHg, respectivamente. A diferença mais importante foi observada na PA noturna com uma diferença intergrupo de 10,0 (-8,6 a 28,7) mmHg na sistólica e 6,7 (-3,9 a 17,3) mmHg na diastólica. Dos 28 participantes, 12 deixaram de ser refratários no decorrer do estudo, sendo 3 (20%) no grupo controle e 9 (69,2%) no grupo CPAP com diferença significativa entre os grupos (p=0,02).


Conclusão

O uso do CPAP a longo prazo entre hipertensos refratários com AOS moderada e grave parece ser efetivo para reduzir e controlar a pressão arterial de consultório e de MAPA de 24 horas, principalmente pela redução da pressão arterial noturna.


Palavras Chave

Hipertensão Arterial Refratária; Apneia obstrutiva do sono; Pressão positiva contínua em vias aéreas; CPAP;

Área

Área Clínica

Instituições

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - UFRJ - ProHart - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Carlos Filipe Pimenta, Camila Bello Nemer, Carolina de Carvalho Fortes, Carlos Henrique Jardim Duarte, Bianca Viegas, Victor da Silva Margallo, Taissa Lorena dos Santos, Aline Hollanda Cavalcanti, Bernardo Chedier, Elizabeth Muxfeldt