XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial

Dados do Trabalho


Título

Como o desempenho cognitivo de idosos hipertensos tem sido afetado pelo tratamento instituído pelo SUS?

Introdução

A hipertensão arterial (HA) é fator de risco modificável para declínio cognitivo e demência. O tratamento e o controle pressórico adequados da HA em idosos teria benefícios na prevenção do declínio cognitivo. Os ensaios clínicos randomizados mostraram redução de lesão de substância branca e do declínio cognitivo no tratamento da HA, sendo o tratamento intensivo ainda mais eficiente.


Objetivo

Avaliar o desempenho cognitivo de idosos hipertensos, em seguimento clínico durante um ano em uma unidade pública de saúde de Ribeirão Preto, SP.


Método

Estudo observacional, descritivo, transversal e prospectivo realizado no período de agosto/2014 a julho/ 2015. Casuística: 196 idosos de 60 a 79 anos, hipertensos, segundo critérios do JNC VIII, dentre 782 pacientes atendidos em 2013..Aprovado pelo CEP da instituição sob o protocolo nº 341/2014. Variáveis: idade; sexo;anos de estudos (< 4 anos ou ≥ 4 anos) e tempo de diagnóstico de HA (< 10 anos ou ≥ 10 anos). O instrumento Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foi aplicado em 2 etapas, no início e fim do estudo, para verificar se houve mudança na pontuação durante este seguimento.


Resultados

Distribuição da faixa etária: 97 indivíduos (49,5%) com idade entre 60-69 anos e 99 (50,5%) e entre 70-79 anos; idade média:69,4 ± 4,85 anos. Distribuição segundo o sexo: 69 homens (35,2%) e 127 mulheres (64,8%). 128 indivíduos (65,3%) referiram ter ≥ 4 anos de estudos; Tempo referido de diagnóstico de HA: 42 indivíduos (21,4%) < 10 anos e 154 (78,6%) ≥ 10 anos,160 indivíduos (81,6%) da etapa 1 e 126 (67,3%) da etapa 2 estavam com PA <140x90 mmHg; médias da PA sistólica (PAS): 136,35 ± 20,85 mmHg e da PA diastólica (PAD): 77,65±12,94 mmHg. Médias e medianas das pontuações do MEEM: etapa 1: 24,77 ± 3,43 e 25,0, etapa 2: 25,86 ± 4,36 e 27,0, respectivamente.Médias e medianas da PAS: etapa 1: 136,0 ± 20,8 e 134,0, etapa 2: 132,0 ± 22,0 e 129,00 e da PAD: etapa 1: 77,6 ± 13,0 e 75,5, etapa 2: 73,5 ± 11,3 e 73,0, respectivamente. 134 (68,36%) utilizavam betabloqueadores; 34 (17,34%) utilizavam clonidina; 123 (62,75%) utilizavam estatinas; 117 (60,62%) utilizavam omeprazol, 85 (43,36%) utilizavam algum fármaco que atua no sistema nervoso central e somente 72 (36,73%) utilizavam enalapril.


Conclusão

Ocorreu discreto incremento na pontuação do MEEM; discreta redução das médias e medianas da PAS e PAD, percentual expressivo de pacientes utilizavam fármacos que poderiam afetar negativamente o desempenho cognitivo, no período estudado.


Palavras Chave

Hipertensão, Cognição, Disfunção Cognitiva, Idosos, Geriatria, Hipertensão Essencial, Testes de Estado Mental e Demência

Área

Ligas

Instituições

Associação Ribeirãopretana de Ensino,Pesquisa e Assistência ao Hipertenso-AREPAH - São Paulo - Brasil, Curso de Enfermagem-Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP - São Paulo - Brasil, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto-USP - São Paulo - Brasil

Autores

Evandro José Cesarino, Miyeko Hayashida, Leila Maria Marchi Alves Ancheschi, Simone Godoy Costa, Patricia Magnabosco, Pedro Henrique Silveira Neves, Isadora Posso, Gabrielle Andrade de Sousa, Flavia Tortul Cesarino, Regina Célia Garcia Andrade